Conquista do Piso Salarial da Enfermagem contribui para redução do abismo de raça e gênero nos salários
Neste Dia Internacional da Mulher Negra Latino e Caribenha (25 de julho), a Enfermagem brasileira celebra a conquista do Piso Salarial, passo histórico no combate à desigualdade de rendimentos. “Nosso compromisso é com a equidade, tanto na garantia do acesso da população brasileira à Saúde como também na busca por condições de trabalho dignas para as profissionais de Enfermagem”, afirma a presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Betânia Santos.
As mulheres representam 85% das equipes de Enfermagem no Brasil. Mais da metade delas (53%) são negras (pretas e pardas), segundo a pesquisa Perfil da Enfermagem, realizada pelo Cofen em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Essas profissionais estão concentradas sobretudo em postos de nível médio, mais precarizados e com menor remuneração. “O piso impacta sobretudo esses profissionais, com a erradicação de salários miseráveis”, avalia Betânia.
A pesquisa Quanto fica com as mulheres negras? Uma análise da distribuição de renda no Brasil, realizado pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades, da Universidade de São Paulo (Made/USP), embora as mulheres negras representem 26% da população, ficam com apenas 14,3% da renda nacional. Os homens brancos do 1% mais ricos da pirâmide são 0,56% da população, e se apropriam de 15,3% da renda.
“A Enfermagem brasileira é latino-americana é predominante feminina. No Brasil, temos maioria de mulheres afro-decendentes, que lutam para conciliar trabalho e a casa, como mantedora do lar e de sua família”, reforça o coordenador da Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Intercultural (Conenfsi), Paulo Murilo Paiva. “A Enfermagem tem alta influência na sociedade brasileira, com suas heranças matriarcas, suas reginificação de resistência e luta”.
“A Saúde também é influenciada por determinantes sociais, inclusive de gênero e raça, que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco. Nossa missão é reconhecer e transformar essa realidade”, destaca Paulo Murilo.
Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha – A data comemorativa foi proposta em 1992, ano do 1º encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas, realizado na República Dominicana. A data propunha a união as mulheres, denunciando o racismo e machismo enfrentados por mulheres negras, não só nas Américas, mas também em todo o mundo. Desse encontro nasceu a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-Caribenhas.
Fonte: Ascom – Cofen