Campanha global apoiada pelos Conselhos de Enfermagem destaca importância da rede de apoio
Começa hoje (1º/8) a Semana Mundial do Aleitamento Materno. A iniciativa, coordenada pela Aliança Global pela Amamentação (WABA), tem apoio dos Conselhos de Enfermagem. “Os enfermeiros, parteiras, técnicos e auxiliares de Enfermagem já são atores-chaves no manejo da amamentação e dos Bancos de Leito Humano. Nosso esforço é garantir que tenham informação e formação humana necessárias para realizar esse papel crucial”, afirma a presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Betânia Santos, que participou nesta manhã do lançamento da campanha do Ministério da Saúde.
O leite materno é um alimento completo e adequado para o recém-nascido, tanto em termos nutricionais quanto imunológicos. A amamentação promove, ainda, o vínculo entre mãe e filho, além de trazer segurança alimentar aos lactentes, mesmo em um contexto de crise e escassez.
“Durante o mês de agosto, em especial, na semana que compreende os dias 1º a 7, são desenvolvidas diversas ações voltadas para a conscientização e sensibilização da sociedade sobre a importância do aleitamento materno. Nesse sentido, o profissional de Enfermagem desempenha um papel fundamental, tanto na orientação às mães como no apoio familiar à amamentação”, destaca a enfermeira obstétrica Mageany Barbosa, conselheira e membro da Câmara Técnica de Saúde da Mulher do Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren-PI).
Garantir condições para amamentação envolve os serviços de saúde, empregadores e a comunidade. Essa rede é chamada “cadeia de calor para amamentação”, em analogia à chamada “cadeia do frio”, logística necessária à aplicação eficaz das vacinas. A importância desta cadeia de calor é destaque da Semana Mundial da Amamentação 2022. Confira a íntegra da cartilha da semana Mundial de Aleitamento Materno 2022, disponibilizada também no CofenPlay.
Como empregador, o Cofen já adota, mediante acordo trabalhista, jornada especial de amamentação para lactantes com bebês menores de 12 meses.
Amamentar reduz mortalidade infantil – O Brasil vive uma revolução no cuidado aos lactentes. A prevalência da amamentação exclusiva entre bebês menores de 6 meses aumentou mais de 1.500% entre 1986 e 2020, passando de 2,9% para 45%, segundo dados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI). No mesmo período a mortalidade infantil caiu em taxas anuais de quase 5%, associada à ampliação da rede de atenção básica, vacinação e amamentação.
“A amamentação deve, sempre que possível, se iniciar na primeira hora de vida, momento conhecido como golden hour (“hora de ouro”). O apoio à amamentação se inicial no pré-natal, passa pela assistência humanizada ao parto e continua no acompanhamento e acolhimento da mulher e da família”, orienta o coordenador da Comissão Nacional de Saúde da Mulher (CNSM/Cofen), Herdy Alves.
Após mamar o colostro – leite grosso, amarelado, e rico em anticorpos –, o recém-nascido entra em uma fase de latência por cerca de seis horas, devendo mamar em seguida. Sugar o seio materno é importante para promover apojadura (descida do leite), reduz ocorrência de icterícia, hipoglicemia e desidratação do recém-nascido. Caso seja necessário oferecer fórmula, deve ser usado preferencialmente copinho ou colher.
Papel dos profissionais de Enfermagem na Atenção Primária à Saúde
• Acompanhar os pais e filhos durante todo o processo de amamentação;
• Dialogar sobre vários aspectos do aleitamento materno, incluindo suas dúvidas, medos e crenças;
• Apoiar no manejo das eventuais dificuldades ao longo do processo da amamentação;
• Escutar, elogiar quando pertinente, e respeitando as escolhas sem julgamentos;
Lei protege amamentação – A mudança da cultura sobre aleitamento materno no Brasil é fruto de políticas de apoio a amamentação, incluindo crescentes restrições à ação da indústria alimentícia, cujo marketing agressivo convenceu gerações de que existiria alternativa igual, ou mesmo superior, ao leite materno.
O uso de chupetas e mamadeiras também está relacionado a perturbações da amamentação e desmame precoce. Qualquer propaganda ou ação promocional de bicos artificiais ou fórmulas substitutiva de leite materno nos serviços de Saúde é proibida por lei no Brasil, podendo gerar responsabilização dos profissionais envolvidos.
Conheça os atos normativos da Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL):
Portaria MS no. 2051, de 8/11/2001: Estabelece os novos critérios da Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras;
Resolução RDC no. 221, de 5/08/2002: Regulamento Técnico sobre Chupetas, Bicos, Mamadeiras e Protetores de Mamilo;
Resolução RDC no. 222, de 5/08/2002: Regulamento Técnico para Promoção Comercial dos Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância;
Lei no. 11.265, de 3/01/2006: Regulamenta a comercialização de alimentos para lactentes e crianças de 1ª infância e também a de produtos de puericultura correlato; e
Decreto no. 9.579, de 22/11/2018: Consolida atos normativos editados pelo Poder Executivo federal que dispõem sobre a temática do lactente, da criança e do adolescente e do aprendiz, e sobre o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Fundo Nacional para a Criança e ao Adolescente e os programas federais da criança e do adolescente, e dá outras providências.
Fonte: Ascom – Cofen