Documento traz orientações para profissionais da saúde, gestantes, lactantes e puérperas
Com o aumento dos casos de varíola dos macacos (monkeypox) no Brasil, o Ministério da Saúde publicou, nos últimos dias, nota técnica com orientações para profissionais da saúde, gestantes, lactantes e puérperas que apresentem sintomas da doença. A confirmação dos casos suspeitos deve realizada com teste molecular (RT-PCR) feito por swab (cotonete) nas lesões, bolhas ou crostas, preferencialmente na fase aguda da doença.
Embora causada por um orthopoxvirus, vírus próximo ao da erradicada varíola, a doença é muito mais branda. Costuma ser autolimita, ou seja, apresenta cura espontânea na maioria dos casos, sendo recomendada apenas medicação sintomática para febre e/ou dor. Pode, no entanto, requerer medicação retroviral específica, especialmente em pessoas imunodeprimidas. O tratamento é reservado a casos graves.
Boletim divulgado pelo Ministério da Saúde mostra que o Brasil registrou até agora 1.066 casos da doença. São Paulo lidera o número de casos.
Para profissionais da saúde que estejam envolvidos no atendimento, entre as recomendações, estão:
Em gestante assintomática pós-exposição ao vírus:
• Em caso de teste negativo – O monitoramento será suspenso;
• Em caso de teste positivo – Será indicado o isolamento domiciliar por 21 dias, sem visitas;
• A gestante também será instruída à automonitoração, acompanhando sua temperatura e o aparecimento/evolução das lesões cutâneas.
Para gestantes com sinais ou sintomas suspeitos de varíola dos macacos:
• Em caso de teste negativo – Será indicado o isolamento domiciliar por 21 dias, sem visitas e orientada a automonitoração. O teste deve ser feito novamente caso os sintomas persistam;
• Em caso de teste positivo – Levando em consideração maior risco, é indicada a hospitalização da gestante nos casos moderados, graves e críticos;
• Dentro do conhecimento disponível até o momento, os profissionais de saúde devem saber que: as gestantes devem ficar em isolamento domiciliar com acompanhamento pela equipe assistencial, em caso de doença com quadro clínico leve;
• As pacientes com casos de maior gravidade devem ser acompanhadas em regime de internação hospitalar;
• Não há ainda protocolo de tratamento específico com antivirais no ciclo gravídico-puerperal;
• O monitoramento da vitalidade fetal deve ser cuidadoso nas pacientes com a doença moderada, grave ou crítica, em vista da constatação de maior morbimortalidade do concepto nestes casos;
• A via e o momento do parto têm indicação obstétrica e a cesárea como rotina não está indicada nestes casos; o aleitamento deve ser analisado de acordo com o quadro clínico cada caso específico.
Para gestantes, puérperas e lactantes, a orientação são:
• Afastem-se de pessoas que apresentem sintomas suspeitos como febre e lesões de pele-mucosa (erupção cutânea, que habitualmente afeta o rosto e as extremidades, e evolui de máculas para pápulas, vesículas, pústulas e posteriormente crostas);
• Usem preservativo em todos os tipos de relações sexuais (oral, vaginal, anal) uma vez que a transmissão pelo contato íntimo tem sido a mais frequente;
• Estejam alertas para observar se sua parceria sexual apresenta alguma lesão na área genital e, se presente, não tenham contato;
• Mantenham uso de máscaras, principalmente em ambientes com indivíduos potencialmente contaminados com o vírus;
• Procurem assistência médica, caso apresentem algum sintoma suspeito, para que se estabeleça diagnóstico clínico e, eventualmente, laboratorial.
Fonte: Ascom – Cofen, com informações do Ministério da Saúde