Com participação do Cofen, campanha internacional reforça os benefícios da amamentação para a saúde pública e a sustentabilidade
Se todas as crianças fossem amamentadas exclusivamente até os seis meses de vida, o mundo poderia evitar milhares de mortes infantis por ano, reduzir significativamente os gastos com saúde pública e ainda contribuir para a preservação ambiental. A alimentação artificial, por outro lado, gera toneladas de resíduos plásticos, demanda transporte e refrigeração, e contribui para a emissão de gases de efeito estufa.
Foi com esse alerta que a Semana Mundial da Amamentação (SMAM 2025) foi oficialmente lançada nesta sexta-feira, 1º de agosto, em cerimônia realizada no auditório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília. Com o tema “Priorize a amamentação: crie sistemas de apoio sustentáveis”, a campanha deste ano reforça que amamentar é um ato de cuidado que transforma o presente e projeta um futuro mais justo, saudável e sustentável.
A iniciativa, promovida pela World Alliance for Breastfeeding Action (WABA) em parceria com a OMS, UNICEF e diversas entidades nacionais, destaca que fortalecer redes de apoio à amamentação é essencial para garantir que mães e bebês tenham acesso a ambientes acolhedores, informações seguras e suporte contínuo — desde o nascimento até os primeiros anos de vida.
Autoridades e instituições reforçam compromisso coletivo com a amamentação sustentável
Durante o evento de lançamento, representantes de diversas instituições reforçaram o compromisso com a causa. Entre eles, a chefe de gabinete Eliane Cruz, representando o ministro da saúde, Alexandre Padilha, a consultora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), Luizete Bandeira, o presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Edson Liberau, o secretário-executivo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Jurandir Fruttuoso, o chefe de saúde e nutrição do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Luciana Febo, a diretora de gestão do cuidado integral da Secretaria de Atenção Primária e Saúde (SAPS), Olivia Medeiros, a conselheira de segurança alimentar e nutricional, Sonia Salviano e o assessor técnico do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Marcelo Alvarenga.
A SMAM 2025 nos convida a refletir: como podemos, individual e coletivamente, apoiar a amamentação? Seja oferecendo licença-maternidade adequada, criando espaços de amamentação no trabalho, capacitando profissionais de saúde ou simplesmente acolhendo uma mãe em sua jornada, cada gesto conta.
Segundo Eliane Cruz, a saúde da mulher é uma prioridade da gestão do Ministério da Saúde. Em vídeo exibido durante a cerimônia, Alexandre Padilha, destacou a busca pela visibilidade do alentamento materno, reforçando a aprovação, em 2024, do Programa Nacional de Promoção, Proteção e Apoio à Amamaentação e a liderança do Brasil na regulamentação da OMS para marketing digital de produtos de alimentação infantil e substitutos do leite materno, recentemente aprovada.
A coordenadora da Câmara Técnica de Enfermagem em Saúde do Neonato e da Criança do Conselho Federal de Enfermagem (CTENSC/Cofen), Ivone Amazonas, destaca o papel estratégico da Enfermagem na promoção do aleitamento materno. “A Enfermagem está presente em todos os momentos do cuidado materno-infantil. Apoiar a amamentação é parte do nosso compromisso com a saúde pública e com a sustentabilidade”, afirmou.
Além dos benefícios nutricionais e imunológicos, o aleitamento materno também representa uma economia significativa para os sistemas de saúde, ao reduzir a incidência de doenças respiratórias, gastrointestinais e alérgicas. Para as mães, a prática está associada à redução do risco de câncer de mama e ovário, além de fortalecer o vínculo afetivo com o bebê.
Agosto Dourado: um mês para celebrar e conscientizar
A campanha também integra o movimento Agosto Dourado, que simboliza o mês de conscientização sobre a importância da amamentação. A cor dourada representa o padrão ouro de qualidade do leite materno. A primeira hora de vida do bebê, conhecida como “Hora Dourada”, é considerada crucial para o sucesso da amamentação, especialmente quando há contato pele a pele com a mãe logo após o parto.
É o momento de reforçar que todos — profissionais de saúde, gestores, empregadores, familiares e comunidade — têm um papel a desempenhar na construção de sistemas de apoio sustentáveis. Amamentar é um direito. Apoiar a amamentação é um dever coletivo. E juntos, é possível construir um futuro mais saudável, justo e sustentável.
Ascom Cofen