Governo deve anunciar MP da Enfermagem semana que vem, diz jornal

Citando parlamentares, Valor Econômico noticiou que anúncio será na Marcha dos Prefeitos

Lei aprovada pelo congresso, suspensa por decisão judicial, cria um valor mínimo para o salário de todos os enfermeiros do país, de R$ 4,75 mil

O governo Lula (PT) tem planos de anunciar na próxima semana, na Marcha dos Prefeitos a Brasília, a Medida Provisória (MP) que disciplina o pagamento do Piso Nacional da Enfermagem, noticiou o Jornal Valor Econômico. O anúncio veio após reunião com a ministra da Saúde, Nisia Trindade.

Ainda de acordo com o jornal, o líder do PV na Câmara, deputado Clodoaldo Magalhães (PE), declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende anunciar a nova MP na semana que vem.

“A informação que tivemos é que o custeio dos órgãos públicos está resolvido pela legislação aprovada ano passado. O impasse é sobre o custeio para os hospitais privados, mas o governo deve dar uma solução até a próxima semana”, declarou.

A Confederação Nacional dos Municípios (CMN), organizadora da marcha, é uma das entidades que pressionam o governo a custear, com a justificativa de que as cidades não têm como suportar o gasto adicional.

Na reunião com os parlamentares, a ministra informou que o assunto já está resolvido dentro do Ministério da Saúde e agora aguarda posição da Casa Civil. O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), declarou que já ocorreu reunião com Padilha sobre o assunto, e que a decisão política é resolvê-lo para a Marcha dos Prefeitos.

Histórico – O problema do piso parecia ter chegado ao fim no ano passado, com a aprovação da lei pelo Congresso Nacional. Publicada em agosto de 2022, a legislação confere 50% do valor a técnicos de enfermagem e 35% a auxiliares e parteiras.

Em setembro, contudo, a lei foi suspensa pelo ministro do STF, Luís Roberto Barroso, ao manifestar parecer favorável em uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde), que apontava a falta de uma fonte pagadora para o cumprimento do piso, o que levaria o setor a realizar demissões e extinguir leitos.

Após a decisão, o Congresso aprovou uma Proposta de Emenda à Constituição que viabiliza o pagamento do piso da enfermagem (PEC 42/2022), promulgada em dezembro pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL). A medida direciona recursos do superávit financeiro de fundos públicos e do Fundo Social para custear o piso salarial nacional da enfermagem no setor público, nas entidades filantrópicas e de prestadores de serviços, com um mínimo de atendimento de 60% de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Entretanto, a proposta não vingou.

Na tentativa de resolver o problema, o Ministério da Saúde criou um grupo de trabalho formal para debater uma resolução com representantes do Fórum Nacional de Enfermagem, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

Contudo, permanecem as dúvidas sobre as propostas de soluções, como a Emenda Constitucional 127/2022, que cria arcabouço constitucional específico para viabilidade fiscal e orçamentária do Piso Salarial Nacional do Enfermeiro, do Técnico de Enfermagem, do Auxiliar de Enfermagem e da Parteira instituído pela Lei nº 14.434, de 4 de agosto de 2022.

Fonte: Ascom Cofen, com informações do Valor econômico

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