Mudança acontece até o dia 4 de novembro. É baseada em critérios epidemiológicos, evidências científicas sobre a vacina e recomendações internacionais
O esquema vacinal contra a poliomielite no Brasil será alterado até o dia 4 de novembro de 2024, com a substituição das doses de reforço da vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), conhecida como gotinha, pela vacina inativada poliomielite (VIP), que é injetável. A decisão foi fundamentada em critérios epidemiológicos, evidências científicas e orientações internacionais, com o objetivo de aumentar a segurança do esquema vacinal.
A nova estratégia foi discutida pela Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI), que contou com a participação de sociedades científicas, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), e teve o acompanhamento da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Países como os Estados Unidos e diversas nações europeias já utilizam esquemas baseados unicamente na VIP, sendo essa uma mudança que visa a adaptação às melhores práticas internacionais.
Atualmente, o esquema vacinal prevê três doses de VIP aos 2, 4 e 6 meses de idade, e duas doses de reforço da VOPb, a gotinha, administradas aos 15 meses e aos 4 anos. Com a alteração, as doses de reforço da VOPb serão descontinuadas, e será necessária apenas uma dose de reforço com a VIP aos 15 meses. O novo esquema será:
- 2 meses – 1ª dose
- 4 meses – 2ª dose
- 6 meses – 3ª dose
- 15 meses – dose de reforço
Essa mudança busca fortalecer os esforços para manter a poliomielite erradicada no Brasil, onde não há registros da doença há 34 anos. Desde a introdução oficial da VOP em 1977, o país tem alcançado resultados expressivos no combate à poliomielite, e a alteração no esquema vacinal com a introdução da VIP segue esse histórico de avanços. Em 2023, a cobertura vacinal contra a poliomielite atingiu 86,55%, um aumento em relação aos 77,20% registrados em 2022, de acordo com dados da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), o que demonstra um progresso positivo após anos de declínio nas taxas de vacinação.
O personagem Zé Gotinha, criado nos anos 1980 como símbolo da luta contra a poliomielite, continuará atuando nas campanhas de imunização. Além de ser um ícone na prevenção da poliomielite, o personagem também alerta sobre a importância de outras vacinas, como a do sarampo. O Zé Gotinha segue relevante no cenário atual, tendo mobilizado esforços que contribuíram para o aumento da cobertura vacinal de 13 dos 16 principais imunizantes do calendário infantil em 2023, em comparação com o ano anterior.
Fonte: Ministério da Saúde (editada)