Assistência qualificada de Enfermagem é essencial para aumentar a cobertura e resolutividade da assistência à Saúde da população indígena
No dia 19 de abril, quando se comemora o Dia dos Povos Indígenas, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) busca refletir sobre o trabalho da Enfermagem junto à população indígena, promovendo a preservação de sua cultura, e, ao mesmo tempo, a melhoria de indicadores de Saúde. Recentemente, o Cofen, por meio da Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Intercultural (Conenfsi), fez um estudo quantitativo para identificar profissionais de saúde que trabalham com as populações indígenas no Brasil, e subsidiar ações do Sistema Cofen/Conselhos Regionais.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também está desenvolvendo uma pesquisa que pretende identificar profissionais de saúde que trabalham com as populações aldeadas.: Os Trabalhadores da Saúde Indígena: Condições de Trabalho e Saúde Mental no Contexto da Covid-19 no Brasil”. A ideia é compreender e analisar as condições de vida e do trabalho desses trabalhadores tão importantes para populações indígenas e que estão atuando no combate a Covid-19.
A assistência qualificada de Enfermagem é essencial para aumentar a cobertura e resolutividade da assistência à Saúde da população indígena. Parte significativa mora em locais de difícil acesso e enfrenta vulnerabilidade social e econômica. Isto se reflete na prevalência de agravos como desnutrição e tuberculose, que é três vezes mais frequente na população indígena. Mortes sem assistência médica predominam, e a mortalidade materna supera a média nacional.
Hoje, segundo dados da Conenfsi, existem cinco mil aldeias indígenas no Brasil, com 305 etnias. O atendimento é feito em 34 distritos sanitários especial indígena (Disei), 64 casas de saúde do índio (Casai) e 34 conselhos de saúde indígena (Codinsi). Garantir aos povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) é fundamental. E a intenção do Cofen é levar a promoção da saúde a essas comunidades, contemplando e preservando suas diversidades sociais, culturais, geográficas, históricas e políticas de modo a favorecer a superação dos fatores que tornam essas populações mais vulneráveis aos agravos à saúde, reconhecendo a eficácia de sua medicina e o direito desses povos à sua cultura.
Segundo o coordenador do Conensfi, Paulo Murilo, é importante cuidar, integrar sem modificar hábitos e costumes da cultura indígena. “A Enfermagem respeita todas as culturas. A Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Intercultural do Cofen, desde sua criação, tem buscado informações para construção de ações nos cuidados aos povos indígenas, seja na promoção, prevenção, assistência e reabilitação dos profissionais, construindo instrumentos para que eles estejam qualificados e tenham habilidades para estes povos”, avaliou.
CONENFSI – Através da decisão nº 062/2021, foi criada em abril a Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Intercultural do Cofen, com o objetivo de assessorar o plenário na elaboração de estudos e na apresentação de ações, propostas e pareceres relativos às comunidades tradicionais e outros grupos minoritários. A comissão busca conhecer a realidade do atendimento, com um olhar atento aos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, extrativistas, ciganos, LGBTQIA+ e imigrantes.
Fonte: Ascom – Cofen