Enfermagem pode realizar teste rápido de hanseníase, confirma Cofen

Parecer aprovado por unanimidade reforça o papel de enfermeiros, técnicos e auxiliares na detecção e controle da doença

Conselheiro relator Vencelau Pantoja

Os profissionais de Enfermagem estão técnica e legalmente habilitados para realizar testes rápidos de hanseníase, confirmou o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), em parecer aprovado nesta sexta-feira (30/9), por unanimidade. O parecer, do conselheiro federal Vencelau Pantoja, responde a consulta do Ministério da Saúde sobre a aplicação dos exames, que estão em processo de implementação no Sistema Único de Saúde (SUS).

A equipe de Enfermagem já atua na execução de testes rápidos de sífilis, HIV e hepatites virais. Para o conselheiro relator a incorporação dos testes de hanseníase “é totalmente justificável quando se observa o cenário epidemiológico”. O Brasil é o segundo país em prevalência de hanseníase, atrás apenas da Índia.

Os profissionais de nível médio – técnicos e auxiliares de Enfermagem – estão habilitados para executar os testes rápidos, sob supervisão de enfermeiros. “A Enfermagem representa mais da metade das equipes de Saúde e tem papel fundamental na vigilância epidemiológica da hanseníase, inclusive na realização dos testes rápidos, que permitem um tratamento mais célere, contribuindo para conter a transmissão. Isto inclui, é claro, os profissionais de nível médio, que são a maioria nas equipes de Enfermagem”, destacaram o relator Vencelau Pantoja.

Paciente afetada pela hanseníase. Doença tem cura, com tratamento gratuito no SUS

O técnico de Enfermagem Jonas Bueno participou da reunião do plenário, compartilhando com os conselheiros sua experiência com a busca ativa de contágios e detecção da doença, junto ao Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan). Bueno reforçou a importância da capacitação das equipes, em especial dos profissionais de nível médio.

Com o tratamento adequado, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), a hanseníase tem cura. A doença, historicamente conhecida como “lepra”, deixa de ser transmissível após o início do tratamento, mas ainda é marcada pela estigmatização. A legislação assegura aos paciente o direito ao sigilo.

São sinais e sintomas da hanseníase: manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade à dor, térmica e tátil; sensação de fisgada e formigamento ao longo do trajeto dos nervos dos membros; perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração; pele seca; inchaço nas mãos e nos pés; inchaço e dor nas articulações; redução da força muscular nos locais em que os nervos foram afetados; dor e espessamento dos nervos periféricos; caroços no corpo; olhos ressecados; feridas, sangramento e ressecamento no nariz; febre e mal-estar geral; feridas nas pernas e nos pés; e, nódulos avermelhados e/ou doloridos espalhados pelo corpo. O teste rápido, aplicado em qualquer local, funciona como triagem dos casos suspeitos.

Fonte: Ascom – Cofen

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